domingo, 24 de fevereiro de 2008

Computador

Ele estava em frente ao computador. Sabia que não poderia escrever uma linha sequer. Porém, não poderia deixar de tentar. Os dias passavam e nada acontecia. O computador se mantinha intacto. Nenhuma tecla era pressionada.

Onde foi que tudo começou? Quando foi? Porque foi?

Perguntas que não deixavam sua cabeça e, por isso, nada acontecia.

Ele se lembrou da sua infância. Foram bons momentos. As suas perspectivas e seus desejos eram simples, não necessitavam de muito esforço. Ele não tinha muitos amigos. Não se importava, bastavam seus bonecos, seus carrinhos, sua imaginação e seus botões.

Depois, lhe veio a mente sua adolescência. Tempos difíceis? Nem tanto. Finalmente encontrara amigos com quem dividir suas dúvidas, seus pensamentos. Divertiam-se todos os finais de semana, skate, shows, tudo era motivo para encontrar e sair.

Chegou a sua fase adulta. Nada de especial. Trabalho, casa, casa, trabalho. Não tem filhos, esposa, amigos, parentes. Todos seguiram seu caminho, o dele, permaneceu reto, sem desvios.

Agora ele se encontra em frente ao computador. E Nenhuma linha é escrita. Nenhuma tecla é tocada.

A vida não faz sentido. Às vezes, nem mesmo a morte.

(Quantos dias passarão?)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Os olhos não querem crer

Existem dias que o simples é impossível.
Nestes dias, nada se pode fazer?

A luta, a disposição, a superioridade.
Nada parece ser capaz de derrotar o adversário.

Hoje, foi assim.

Bolas incríveis, lances impressionantes.
Defesas mágicas, fantásticas. A trave, os zagueiros.

O gol adversário é intransponível. E o pior...
Acontece quando todos viam o "fio de esperança".

O herói entraria e mudaria a história. Mas...
O dia não seria salvo nem pelo ídolo maior.

Antes mesmo que pudesse entrar, o golpe certeiro atinge a chaga.
Os olhos não querem crer.

Em nenhum momento se entregaram.
Tentaram até o fim. Não foi o suficiente. (Até quando?)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Irracional

As vezes penso em me mudar.
Sempre existem escolhas a fazer.

Erros que quer consertar. Palavras que quer apagar.

Nada pode ser em vão. Nada é em vão.
Tudo que fez, passou, está hoje em você.

As vezes deve-se ser irracional. Fazer o que quer, quando quer.
Há necessidade de deixar seu corpo comandar. Não pensar. Agir.

A cultura, as possibilidades, os motivos, as conseqüências.
Liberte-se, viva. Seja. (Por quanto tempo se esconder?)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Marcelo

"Como você ainda é amigo dele?"

Duas pessoas muito próximas a ele me fizeram esta pergunta.
Não me lembro como ou o que respondi.
Acho que é por isso que hoje escrevo.

Apesar de todos os momentos em que ele se esqueceu.
De todas as vezes que não se lembrou de mim.

Existem os momentos que nos encontramos.
Nos falamos.

E, para mim.
Ver seu sorriso, abraça-lo.
Basta. É Por isso.

Acho que para poder conversar, abraçar e rir com ele.
Sim. É por isso.

Para ter um irmão. (dois?)