domingo, 27 de abril de 2008

Fernandoce

Este post é um pedido público de desculpas.
Tomei uma atitude incorreta.
Sem confirmações ou uma conversa direta.
Tive uma postura incorreta.

Apesar dos meus motivos.
Deveria ter utilizado a cabeça um pouco melhor.

Só queria dizer que ela não falou intimidades minhas para ninguém.
Só queria demonstrar que errei.
Devia ter conversado.

Errei, tomei uma atitude precipitada.

Mas fui eu que decidi.
Então, eu que tenho desculpas a pedir.
A ela já pedi. Agora, peço a todos.

Derrota

Existem dias que você quer esquecer,
outros que poderiam não ter acontecido.

Hoje não DEVERIA ter acontecido.
São derrotas como essa que ferem.
Perder lutando, brigando, sim.

Alguns ainda demonstraram brio, vontade.

Desde o começo, estava errado.
Técnico perde jogo, porém, só os jogadores tomam uma goleada.
O que aconteceu não deve passar em branco.

É hora de se ver o óbvio.

Sobre o jogo:

O Cruzeiro jogou melhor.
Aproveitou melhor as chances.
O técnico organizou melhor sua equipe.

domingo, 6 de abril de 2008

Solidão de um dia de outono

Aquilo que parecia ser impossível aconteceu, ela finalmente criou coragem. Não quis mais ficar calada, cansou de apanhar do marido. O homem que lhe pareceu ser o homem dos seus sonhos. A enganou muito bem. Quando o viu pela primeira vez, um homem cortês, fala calma, educado, bonito. Parecia que este era um daqueles homens que sempre se imagina e nunca se encontra.

Uma amiga lhes apresentou. Era irmão do namorado dela, elegante. Inteligente. E o melhor, se interessara por ela. Agora sim, ela iria se casar. Sair da casa dos pais. Viver a vida que sempre sonhou. Cuidar dos filhos, esperar o marido chegar com um jantar especial a cada dia. Comprar uma casa, com um amplo espaço para as crianças brincarem.

Tem que ser com ele, não poderia encontrar outro assim. Ele estava interessado também, que bom. Agora ela conseguiria. Escaparia dos problemas, ficaria afastada daqueles que lhe fazem mal.

Não aguentava mais as constantes brigas na sua casa, seus pais sempre brigando, a mãe alcoólatra, o pai viciado no jogo. Todos os dias as mesmas brigas pelo dinheiro. Qual iria gastar o dinheiro no vício.

Ela ainda jovem, 18 anos, iniciando a vida, já conhecia a dureza da realidade. Não conseguiria sobreviver ali por muito tempo. Quando surgiu a oportunidade, não pestanejou. Era um homem correto e honesto. Era. Até que finalmente se casaram. Um casamento simples, sem luxos, seus pais conseguiram se controlar durante a festa.

Sua mãe não bebeu neste dia. Tudo parecia melhor, agora, finalmente seria feliz. Entretanto, não foi assim. Logo no primeiro dia de casada, descobriu a verdadeira faceta do marido. Apanhou, e muito, por estar com um vestido ousado (o seu vestido de noiva).

Desde então, todos os dias, foram assim, olhos roxos, hematomas, sangue. Anos se passaram, não existiam filhos, felicidade, ou casa, morava em um apartamento alugado, mal cabia o casal.

Seus amigos, não via, seus pais, morreram. Seu marido, não queria ver. Mas todos os dias ele chegava, e parecia cada dia mais nervoso, reclamava de tudo. Nada lhe satisfazia. E sua dor, a tristeza do sonho desfeito só aumentava.

Mas enfim uniu forças para lutar. Iria denunciá-lo acabar com sua dor, desafiar seu medo. E depois? Depois procuraria um emprego, viveria do seu próprio dinheiro, não dependeria de mais ninguém, nunca mais.

E assim o fez. Foi a polícia, denunciou o marido, apresentou as provas das constantes agressões. Mudou de cidade, iniciou uma nova vida. Agora, seria o que quisesse, não mais uma dona de casa passiva e submissa. Lutaria pelos seus direitos. Pela sua vida