quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Alívio e tensão

O medo era enorme, o sentimento de desespero estava ali, quase visível. Não se podia imaginar fim melhor, no início, tudo foi perfeito, a garra e a vontade sobrepujando a dúvida e a insegurança.

Então, como que em um filme de ação onde as coisas começam a dar errado, o adversário demonstra poder de reação inimaginável naquela altura. O medo e o sofrimento chegam, a tensão é cada vez maior, o filme de noites passadas volta como que para lembrar tristezas a muito esquecidas. Lembranças tristes que insistem em se repetir e nunca se vão.

A tensão que parecia aliviada, cresceu tanto que o maior dos otimistas sabia que poderia acontecer o "milagre" negativo, a cada lance, a cada grito, a cada pausa, o sentimento de novamente deixar escapar a vitória certa e tranqüila.

Entretanto, desta vez, não se deixou dominar pelo medo do algo a mais, a vontade finalmente sobrepujou as dúvidas e o alívio veio, melhor que se esperava, com uma atuação finalmente digna, mas, agora vem a dúvida, será que vai durar?

As ondas trouxeram bom agouro, agora é esperar que os ventos não acabem com o alívio e a, porque não, felicidade.

domingo, 26 de agosto de 2007

Da euforia às lagrimas

Tudo parecia diferente, mas a sensação de retorno era enorme, tanto tempo se passou mesmo assim parece que foi ontem. Duas vidas a tanto separadas, todavia, como sempre aparece nos contos de fadas, no momento do reencontro, o tempo para, vem a lembrança, o brilho nos olhos, a mente especialmente lúcida, o momento mágico se concretiza.


O começo é bom, quase perfeito, momentos de extrema felicidade, a tensão está ali, não poderia ser diferente, o sentimento de que tudo terminaria bem começa a florescer, a magia, o encanto, estão no ar, a vibração, o momento de euforia se aproxima, o tempo passa rápido, parece não ser verdade e quando a força e a vontade já não se apresentavam no mesmo nível, eis que, num lance de sorte e habilidade a euforia enfim é atingida, o céu.


O fim, foi atroz, faltou determinação. A batalha não pode ser vencida com a presença, mesmo que pequena, de insegurança. O primeiro golpe vem como uma morte anunciada, surge da desatenção, agora, além da insegurança, o medo, o grito contra. A disputa passa a ser cada vez mais penosa, o sofrimento aumenta a cada instante, o tempo para, não passa, a luta não termina, a sorte vai para o outro lado, disputas internas vêem a tona, e nada mais é como antigamente.


E o pior acontece, no momento em que até se poderia pensar que a luta seria ganha, mesmo com as brechas dadas ao adversário, se percebia uma melhora, o que, após o fim da peleja, fica como o momento de esperança antes do último suspiro, quando, a oportunidade é aproveitada, e o que antes seria um devaneio, um pensamento pessimista, se torna realidade, a euforia se transforma em lágrimas, não externas e sim naquelas que doem mais, internas. Apesar da multidão, a dor é solitária.


Assim, após intensa euforia, se atinge as lágrimas, solitárias de uma tarde de domingo, sem que ninguém mais saiba, vejo, ou ouça, as lágrimas correm, não no rosto, dentro de um corpo triste, cansado e isolado.